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CDB, CDI: entenda o que são e suas diferenças

fevereiro de 2019


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7 min



Na busca pela famosa estabilidade financeira, investir é uma escolha atraente. Afinal, esse caminho te dá a oportunidade de somar forças com o dinheiro para alcançar seus sonhos. E, diferente do que muitos pensam, hoje você não precisa mais de uma fortuna pra entrar no mercado financeiro. Uma opção bastante favorável nessas condições é apostar nas transações CDB e CDI.

Operações do mercado de renda fixa, elas proporcionam rendimentos previsíveis para você começar a garantir a base do seu patrimônio ou uma reserva de emergência. Além disso, são resguardadas pelo mesmo órgão segurador da poupança, o FGC (Fundo Garantidor de Crédito), e muito recomendáveis para um primeiro contato com investimentos.

Quer saber tudo sobre essas oportunidades e ficar craque nas aplicações de renda fixa? Então, confira este post  e fique por dentro desse jeito de complementar seu orçamento.

Aposte nas transações CDB e CDI para aumentar sua renda fixa Foto: Getty Images/iStockphoto.

O que é CDB?

O Certificado de Depósito Bancário era a principal maneira de se investir no mercado brasileiro antes da criação dos Fundos de Investimento. Hoje em dia, segue como uma das aplicações mais tradicionais da iniciativa privada.

Para você entender o significado dessa sigla direitinho e não ficar com nenhuma dúvida sobre como ela funciona, é importante saber que essas aplicações são estratégias de renda fixa de captação de recursos para o bom funcionamento das instituições privadas. Nesse caso, para os bancos. E quem cede esse dinheiro são os investidores, como você, que está se preparando por meio deste artigo.

E qual a vantagem de fazer isso? Assim como o banco pode financiar certas quantias sob determinada taxa de juros, você também pode emprestar dinheiro para ele e receber sua dívida acrescida de juros combinados.

Esses empréstimos são chamados de títulos. Há uma leque variadíssimo de títulos de renda fixa pra se aplicar, que não se restringem à iniciativa privada. Os títulos públicos são emitidos pelo Tesouro Nacional, e os da dívida privada costumam ser oferecidos por bancos e empresas.

Outras opções fornecidas por instituições financeiras são as LCI e LCA, Licenças de Crédito Imobiliário e do Agronegócio, nessa ordem; e também as Letras de Câmbio, emitidas por instituições financeiras de menor porte. Já os Debêntures e os Commercial Papers são parte de sociedades e outras instituições financeiras, conhecidas pelo “mercado de balcão”.

Apesar de ser quase tão seguro quanto deixar uma grana rendendo na poupança, investir em CDB não te deixa imune de correr o chamado risco de crédito. Isto significa que se, por acaso, o banco que você comprou o título quebrar antes de vencer o tempo dessa dívida, você poderia perder todo o capital investido.

No entanto, a corda não arrebenta no seu colo graças à cobertura pelo já citado FGC. Este órgão garante de volta aplicações com valor de até R$250 mil por CPF, em cada instituição bancária.

Outro critério essencial de classificação do CBD e outros títulos é a taxa de rentabilidade, isto é, quanto seus juros rendem. Afinal, é com base neles que você terá o seu lucro.

Os juros do CDB podem ser pré-fixados, pós-fixados ou híbridos. Em uma explicação bem rasa, o CDB pré-fixado segue uma taxa de juros mensal permanente, acordada antes de se fechar a transação.

Por outro lado, os juros pós-fixados são calculados segundo índices determinados pelo mercado, e o valor final é indexado de acordo com as variações da inflação. No caso do CDB, a taxa usada como base é o CDI, Certificado de Depósito Interbancário.

Ainda dá para contar com os juros híbridos, compostos por uma parte fixa mais uma variável, e indicados para quem quer se proteger da inflação e manter o poder de compra. Mas, para continuar sabendo a respeito dos juros do CDB, é preciso entender  bem o que é o CDI.

Existem aplicações em CDB pré-fixadas, pós fixadas e híbridas Foto: AndreyPopov/Thinkstock.

O que é CDI?

Da mesma maneira que os bancos aceitam o empréstimo de pessoas físicas, essas instituições também pedem dinheiro uns aos outros, geralmente com uma devolução em 24 horas. Isso acontece por causa de uma determinação do Banco Central, a qual afirma ser necessário fechar o dia com o saldo positivo para manter o caixa em ordem.

Esse tipo de empréstimo se chama Certificado de Depósito Interbancário. Porém, CDI também é o nome da taxa que indexa os juros dessas operações interbancárias.

Como esse é o índice de referência mais comum usado para calcular as transações de renda fixa e de fundos de investimento do mercado privado, é comum achar que o CDI é uma aplicação como o CDB. Apesar de ser nessa taxa que se calcula o rendimento de CDBs pós-fixados, o CDI é apenas o indexador. É por isso que se costuma dizer que um investimento renderá “x% do CDI”. Para um CDB bem-sucedido, por exemplo, o mínimo que se deve esperar é 100% do CDI.

E, afinal, quanto vale o CDI? Assim como a taxa SELIC, ele varia de acordo com as condições do mercado e do período em questão. Um CDI alto implica em inflação alta, o que é ruim para a economia do país, mas bom pra quem tem dinheiro investido. Isso porque quanto maior a taxa, maior será o valor final multiplicado. Na mesma moeda, se o CDI cai, os investimentos que dependem dele também ficam sujeitos a despencar.

Juros pós e pré-fixados?

Agora você já sabe que os juros pré-fixados seguem uma taxa percentual pré-definida, enquanto os pós-indexados se baseiam em índices definidos pelo mercado – o que os deixa sujeitos às variações ocorridas durante o período da aplicação.

Há alguns pontos interessantes de se destacar quanto às diferenças entre essas duas modalidades, como o percentual destinado à renda variável. Mas, para conseguir definir qual é a melhor opção pra você, é preciso pôr no papel suas metas e as condições atuais para isso.

Se o seu interesse é juntar uma grana de maneira segura, mesmo que a longo prazo, o CDB pré-fixado é o mais indicado. No entanto, se você já tem experiência no mercado financeiro e quer ter lucros rápido, com certeza pode apostar nos juros pós-fixados.

Pós-fixados

Modalidade de juros mais comum no mercado, aqui se aposta na chamada liquidez diária, que garante a você a possibilidade de sacar seu dinheiro quando bem entender. Ou seja, não precisa esperar pelo vencimento da dívida.

Isso porque a vantagem dos juros pós-indexados não está no valor final e, sim, no que pode acontecer no período de aplicação. A tendência é aproveitar quando o CDI estiver numa fase boa. Por isso, tudo o que se tem no começo é uma previsão, com base no valor atual.

Em comparação aos pré-fixados, é grande a chance de render mais dinheiro em um período de tempo menor, embora não tenha a segurança deste último.

Pré-fixados

Escolhendo esse tipo de juros, o lucro é independente das variações do mercado. A inflação pode subir ou descer horrores que você ainda vai receber o resultado acordado, sem nenhuma surpresa. É perfeito para quando se está descrente no crescimento do CDI.

No dia do vencimento, o valor final cai automaticamente na sua conta. O lado ruim desse ponto é justamente a liquidez ao vencimento do prazo. Isso significa que, para sacar o dinheiro antes desse data, há o risco de perder muito do que foi investido até então – sem contar os impostos e taxas aplicadas, outra questão importantíssima.

Escolha a melhor tipificação de juros para os seus objetivos Foto: Reprodução Foter.com

Quais são as taxas aplicadas?

As duas taxas a que você deve se atentar são o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e o famigerado IR (Imposto de Renda).

Os dois tributos seguem uma tabela com valores regressivos – o que significa, na prática, que quanto mais tempo você deixa rendendo, menor será a quantidade descontada do seu lucro.

O IOF é bem fácil de evitar, pois ele não é cobrado depois do primeiro mês de aplicação. Já o Imposto de Renda incide uma alíquota apenas no rendimento, chegando ao mínimo de 15% acima de 720 dias.

Todos os rendimentos do CDB podem ser declarados no IR, mas obrigação mesmo é só em casos de lucro superior a 25 mil – e bem específicos. Alguns exemplos são: os resultados de Pessoa Jurídica acima de 28 mil; as propriedades acima de R$300 mil; os que ultrapassem 40 mil e não estiverem mais aplicados; e, por fim, os sujeitos à tributação definitiva.

Como investir?

Antes de mais nada, é fundamental entender bem como funcionam as aplicações em CDB. Se você ainda não se sentiu 100% confiante até agora, procure outras fontes de informação. Não é difícil encontrar e-books gratuitos e de qualidade para estudar no seu tempo e ritmo.

O segundo passo é analisar sua situação financeira atual. Faça um pente fino nos seus ganhos e gastos mensais para avaliar seu patrimônio líquido. Lembre-se de que é arriscado disponibilizar um dinheiro para investir se você ainda não tem uma quantidade para reserva de segurança. É bom destacar também que quanto maior for o valor investido, maior será sua rentabilidade.

Depois, vem a fase de planejamento. Definir bem suas metas é quase um pré-requisito para fazer uma aplicação de sucesso. Procure destinar os seus investimentos aos diferentes objetivos. Aproveite a variedade deles a sua disposição!

Falando nessa variedade, uma dica é considerar aplicar em instituições menores. Elas precisam oferecer taxas de rentabilidade mais atrativas do que as dos grandes bancos, pois não possuem as mesmas opções de renda. É difícil encontrar bancos maiores que ofereçam um rendimento maior do que 90% do CDI.

Outra sugestão considerável é apostar em uma corretora de valores, em vez de fazer a transação CDB diretamente com o banco. Essa instituição faz o papel de intermediário entre você e qualquer empresa em que deseje investir.

Agora, mãos à obra! E a melhor parte disso é que dá pra fazer tudo no conforto do seu lar. Depois de escolhido o banco ou corretora que ofereceu a taxa mais em conta, você só precisa enviar os documentos necessários e preencher a ficha para cadastro. Após a aprovação, é só depositar a quantia desejada e pronto!

Na dúvida, existem também os simuladores on-line. Eles são programas que comparam as opções disponíveis e calculam os melhores valores, de acordo com o que você tem e aonde quer chegar.

Na hora de aplicar, as corretoras de valores  fazem o papel de mediadores entre você e os bancos Foto: Reprodução Foter.com

Tem mais alguma dúvida sobre o CDB? Deixe abaixo o seu comentário!



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