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Grana

Como funciona o pagamento mínimo do cartão e por que ele deve ser evitado?

março de 2018


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6 min



Muitas vezes, você chega no fim do mês e descobre que não irá dar conta de pagar o valor integral da fatura do cartão de crédito.

A primeira tentação é realizar o pagamento mínimo do cartão. Mas, se pensar com cuidado e prestar atenção, poderá chegar à conclusão de que essa não é a melhor saída no momento.

Como funciona o pagamento mínimo do cartão de crédito?

Quando se fala em fatura do cartão de crédito, observe que há duas formas de pagamento: o total, que significa que o pagamento será no valor da fatura; ou o mínimo, um valor menor, que representa uma porcentagem da fatura total.

Em alguns casos, ainda é possível encontrar valores de fatura que podem ser parcelados, com taxas de juros menores e em várias vezes.

Ao optar por realizar o pagamento mínimo do cartão de crédito, a pessoa não parcela a dívida. Na verdade, ela financia sua fatura. Isso quer dizer que se você já tem muitos itens parcelados no cartão, irá se deparar com mais uma despesa que ficou acumulada da fatura anterior.

Porém, o pagamento mínimo do cartão de crédito não precisa ser exatamente o valor fixado na fatura, e sim qualquer valor entre o menor e o total.

Veja esse caso hipotético:

  • A fatura foi de R$600,00;
  • Pagamento mínimo do cartão de crédito é de R$90,00.

Nesse exemplo, a pessoa que resolve efetuar o pagamento mínimo deverá informar o valor exato (que, nesse caso, é de R$90,00) ou qualquer outro valor que fique entre R$90,00 e R$600,00. Quanto mais próximo do valor total da fatura, menor será o financiamento para o mês seguinte.

Note também que o valor mínimo mostrado não é calculado de forma aleatória. Segundo o Banco Central do Brasil, o pagamento mínimo deve ser de, pelo menos, 15% do valor total da fatura.

Apesar de bastante tentador, efetuar o pagamento mínimo do cartão de crédito poderá trazer uma grande dor de cabeça.

Pagamento do valor mínimo do cartão de crédito, um grande problema para sua saúde financeira.

Por que o pagamento mínimo do cartão de crédito não é aconselhável?

Ao quitar apenas o valor mínimo, a pessoa financia o restante do pagamento, e isso quer dizer que ela irá arcar com uma das maiores taxas de juros cobradas pelos bancos.

Após sucessivas quedas, que aconteceram no ano de 2017, a taxa de juros do cartão de crédito para as pessoas que não efetuam o pagamento em dia sofreu uma elevação logo nos primeiros dias de 2018, e atingiu o patamar de 233.8% ao ano.

É isso mesmo! Você lembra daqueles R$90,00 de fatura mínima no exemplo dado acima? Se partir do pressuposto de que a pessoa efetuou esse pagamento em janeiro de 2018, ao final de dezembro o valor chegará a R$1702,38.

Para esclarecer mais ainda: se você pagar o valor mínimo de R$90,00 estará financiando o restante da sua dívida na fatura, ou seja, R$510,00. Portanto, o valor referente aos juros será cobrado dentro da dívida, e não sobre o montante pago.

Dessa forma, quando são observados os juros relacionados às taxas do rotativo é possível perceber que o pagamento mínimo do cartão de crédito até pode ser atraente a princípio, mas, a longo prazo, será uma catástrofe para as finanças de qualquer cidadão.

Se você se encontrar nessa situação e precisar recorrer ao pagamento mínimo, a sugestão é que faça isso por, no máximo, um único mês. No próximo mês, quite imediatamente o valor total da fatura para que o montante a ser pago do cartão não cresça ainda mais e se torne uma bola de neve.

Caso perceba que terá que recorrer ao pagamento mínimo do cartão de crédito por mais de um mês, a orientação é para que entre em contato com a administradora do seu cartão para pedir um parcelamento da dívida.

Ao realizar o parcelamento, as taxas, ainda que altas, são mais acessíveis do que as efetuadas para o crédito rotativo.

As taxas do cartão de crédito são extremamente altas e colaboram para o efeito bola de neve nas suas finanças.

5 dicas para manter o controle financeiro e não ter que pagar somente o mínimo

E você deseja ter um maior controle financeiro, precisa entender onde estão os escapes de dinheiro, aprender a preparar um mapa sobre suas finanças, controlar gastos e poupar.

Uma das melhores ideias para uma pessoa que queira poupar o seu dinheiro é por meio da realização de metas. Pode ser qualquer tipo de meta: comprar uma casa, fazer um cruzeiro, trocar um carro, ou qualquer outro objetivo que seja relevante.

Veja, agora, 5 dicas para manter o controle financeiro sempre em dia e evitar eventuais surpresas, como pagar somente o mínimo da fatura de cartão de crédito:

Organize suas finanças através de renda e despesa

Uma das principais formas para manter o controle financeiro sempre em dia é ter noção sobre qual é a sua renda mensal líquida e efetuar o cálculo subtraindo os gastos realizados durante o mês.

Para facilitar ainda mais sua análise, tente categorizar as despesas, como gastos com supermercado, diversão, aluguel e outras categorias que você quiser definir. Aqui, se você não tem um registro de suas despesas ao longo do mês, comece a fazer um monitoramento com a discriminação das entradas e saídas de dinheiro. Lembre-se de deixar tudo arquivado.

Crie ou defina quais são os seus objetivos para economizar dinheiro

Como foi dito, uma das melhores formas para colocar o seu financeiro em dia é trabalhar com objetivos/metas. O ser humano trabalha muito melhor quando existe uma recompensa por trás de alguma atividade, e cada vez que essa meta é atingida existe um sentimento de satisfação.

Portanto, crie lista de objetivos, sonhos ou metas, e defina prazos para atingi-los (semanas, meses, anos…). O importante aqui é fazer as contas de quanto será necessário poupar.

Permita-se fazer corte de gastos

Dentro do seu orçamento, observe o que é possível economizar ou cortar. Veja se as regalias são mesmo necessárias e se ao tirá-las do seu planejamento financeiro o impacto será positivo.

Exemplo: em alguns casos, mudar-se para uma casa mais em conta é uma estratégia eficaz de economia. Nessa hora, lembre-se sempre de suas metas e a economia que você deve fazer para alcançá-las.

Negocie ou renegocie suas dívidas

Uma vez que você faça cortes nos seus gastos e busque novas formas de adquirir ganhos, calcule o quanto de renda é possível gerar e entre em contato com os seus credores para oferecer formas para quitar as suas dívidas que apresentem um Custo Efetivo Total (CET) muito alto, ou seja acima de 6% ao mês, ou tentar renegociar para CET mais baixos.

Ao mostrar para seus credores que você tem controle de seus gastos, é muito mais simples conseguir descontos e uma melhor forma de pagar seus dividendos. Ao fazer essa negociação, você poderá conseguir economia com a diminuição dos gastos com juros.

Se, por acaso, você não tem dívidas e deseja assumir alguma prestação, veja se ela se encaixa tranquilamente em seus gastos normais, para não ter dívidas por conta de um mau planejamento.

Faça um planejamento pensando no seu futuro

O fato de você pensar em todo o seu planejamento financeiro é para que consiga projetar gastos e investimentos no futuro, afinal é preciso equilibrar as contas agora para não ter dívidas lá na frente.

Ao planejar o seu futuro, será possível encontrar uma estimativa cada vez maior de acúmulo de dinheiro, o que resultará em maior possibilidade de realização de seus objetivos e metas.

O planejamento financeiro pode ajudar você a sair do sufoco agora e a conquistar metas no futuro.

Além disso, quando uma pessoa tem o seu financeiro sob controle, ela consegue ajustar muito mais facilmente os seus gastos e evitar que aconteça algum desiquilíbrio em suas contas.

Um controle ainda maior de suas finanças passa por pequenas regrinhas que podem manter o seu orçamento sob controle. Veja algumas dessas regras:

  • Evite comprar o que não caberá no seu orçamento;
  • Evite comprar itens desnecessários;
  • Parcelamento tem custos, podendo ser a curto ou longo prazo;
  • Limite do cartão não é um bônus;
  • Sempre pague o valor total da fatura;
  • Evite o parcelamento da fatura;
  • Pague sua fatura na data correta;
  • Se achar que precisa, diminua o limite do seu cartão de crédito.

Muitas dessas regras são facilmente colocadas em práticas, enquanto outras precisam de um controle maior, tanto psicológico quanto emocional, para que funcionem. Cabe a você decidir quais regras quer seguir a partir de agora.

Para finalizar, lembre-se de que o pagamento do valor mínimo do cartão de crédito é algo que não deve acontecer dentro do seu planejamento financeiro. É importante lembrar que o cartão de crédito, por si só, está bem longe de ser um problema, muito pelo contrário, ele é extremamente útil, principalmente em situações de emergência, mas é preciso aprender a usá-lo de forma consciente e vantajosa. Além disso, vários cartões de créditos oferecem uma série de benefícios e descontos.

Você já efetuou o pagamento mínimo do cartão de crédito alguma vez? Conte aqui sua experiência e dê sua dica para quem passa por essa situação agora. Deixe seu comentário abaixo.



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