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8 dicas importantes durante o planejamento de IPO

março de 2021


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Escrito por: Fabiola Emilio

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Tempo aproximado
de leitura:
3 min



Os momentos de maior liquidez no mercado vêm e vão. Contudo, as empresas preparadas para abrirem capital precisam se planejar com alguns ciclos de antecedência para aproveitarem as melhores oportunidades de ofertas públicas iniciais (IPO).

Por isso, hoje vou abordar levemente as etapas de preparo para um IPO.

Para que isso aconteça, as fases devem ser vistas como uma transformação estruturada, porque o evento de IPO não pode ser um objetivo final, mas sim, uma ocasião que impactará a empresa por muito tempo após a transação efetiva.

O processo de abertura de capital começa entre 12 a 24 meses antes das ofertas públicas de ações e continua muito além disso. Veja a ilustração abaixo:

Foto: Reprodução/Divulgação

Para a primeira etapa, eu consideraria se um IPO é a alternativa correta para levantar capital.

Outras opções que devem ser vistas mais profundamente são:

  • Venda para um comprador estratégico;
  • Possibilidade de venda para um fundo de investimento;
  • Praticar relações comerciais para uma empresa familiar;
  • Emissão privada, frequentemente como uma etapa pré-IPO.

Desvantagens

Comparando o IPO com as alternativas mencionadas, as principais desvantagens de abrir capital são: a exigência regulatória e requisitos rigorosos de transparência; a imprevisibilidade de mercados e janelas de IPO; e a liquidez limitada a curto prazo (para acionistas remanescentes com intenções de saída).

Não são desvantagens triviais, portanto, é necessário muito planejamento e consideração de cada alternativa antes de seguir por esse caminho.

Etapas de IPO

Caso ainda seja o percurso mais adequado, vou listar aqui, 8 considerações importantes durante o processo de planejamento de IPO:

  1. Estratégia: determinar o local e a bolsa do IPO, desenvolver o storytelling, definir o conceito da emissão.
  2. Estruturas: definir a estrutura societária, governança e jurídico dedicado.
  3. Tributos: avaliar os impactos tributários a nível de empresa, acionista e da transação.
  4. Finanças: plano de divulgação, business plan, projeções e elaboração do prospecto.
  5. Sistemas: desenvolvimento de controles internos, auditoria interna e gestão de riscos.
  6. Funções: estruturação de um time dedicado a relacionamento com investidores e devidos comitês.
  7. Liderança: definição de executivos, conselho administrativo e plano de remuneração.
  8. Cronograma: agenda de aprovações regulatórias, opções para planos B e gestão de projetos.

Cada um desses itens renderia uma análise completa futuramente (quem sabe?). Uma vez que todas essas etapas são intensamente vistas, é preciso iniciar a fase de preparação, a qual deve levar de 6 a 12 meses antes da oferta pública inicial.

Em suma, nesta fase, são feitos ajustes no plano de negócios e o preparo de materiais de apresentação para bancos, analistas e investidores. Por isso, são necessárias equipes externas de bancos, advogados, auditores e consultores para ajudarem nesse processo, de acordo com as metas e cronograma do IPO. Já o storytelling deve ser aprimorado com base no retorno inicial dos investidores.

Com emoção

A fase mais emocionante é, de fato, a execução de um IPO. Ela deve acontecer entre 1 a 6 meses de antecedência. Neste ciclo, as informações financeiras, assim como outros conteúdos importantes para a primeira versão do prospecto, devem ser bem elaborados. Depois de pronto, seguimos com as aprovações do regulador e da bolsa de valores.

A partir desse processo, são iniciadas as apresentações aos investidores a fim de determinar o bookbuilding e o preço de emissão.

Pós-IPO

A última e mais longa etapa é o pós-IPO. Ela acontece quando existe um plano bem alinhado com a área de Relações Públicas para, assim, aproveitar a cobertura de imprensa e cumprir as promessas de curto prazo.

Em seguida, o time de Relacionamento junto aos Investidores possuem o trabalho eterno de administrarem as expectativas do investidor e comunicar o uso dos recursos de IPO, fornecendo relatórios e mantendo a boa governança corporativa.

Parece um projeto muito divertido de, no mínimo, dois anos.

Aliás, alguém mais tem curiosidade sobre esses processos e quer estudar alguma etapa com mais profundidade? Eu sigo lendo a respeito e pretendo compartilhar o que achar de mais interessante por aqui.



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