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Custo de transação X custo de transição: entenda como eles impactam sua vida

agosto de 2020


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Escrito por: Thiago Souza

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2 min



Hoje vou tentar explicar custo de transação e custo de transição e porque eles são importantes na Economia de um modo geral. Além disso, como eles ajudam a entender alguns pontos desse momento super diferente que estamos passando.

O custo de transição está super presente na nossa vida. Basicamente é o custo de você fazer uma mudança. Sabe aquela preguiça de começar algo diferente? Ela é exatamente o custo de transição. Muitas vezes esquecemos dele, mas ele sempre está lá: quando mudamos de casa, começamos a malhar e dói o corpo todo por uma semana, e quando mudamos a TV 2cm de lugar na faxina e não sabemos explicar o que ficou meio estranho.

Nesse período estamos pagando vários custos de transição, só ainda não sabemos.

Vale a pena pensar o que será que vai surgir dessa crise agora que o custo já foi pago: será que o Rappi vai dominar os delivery’s com seus robôs? Faxineiras substituídas por aqueles robozinhos de limpeza? Será que usar máscara vai virar um hábito? TV a cabo vai sofrer (ainda mais) com os streamings nesse período? Só o tempo pode dizer….

Já o custo de transação é mais complexo, mas talvez até mais importante. O custo de transação é basicamente quanto custa para você fazer um negócio com outra pessoa e ele pode ser formal ou informal. O formal muita gente conhece e vem geralmente na forma de tributos: CPMF é um exemplo muito bom. Mas o meu foco vai ser no informal.

O custo de transação informal cresce quanto mais risco você vê em manter relações com as pessoas em volta de você. Ou seja, basicamente é uma medida inversa de confiança: quanto mais você consegue confiar em quem está perto de você, menos você precisa se desgastar para lidar com isso.

Historicamente, essa medida de confiança também indicou quais países prosperaram mais. Em outras palavras, quanto mais a gente pode confiar nas pessoas, mais provável de o nosso país ser um país mais desenvolvido.

E isso faz sentido, afinal, imaginem uma empresa em que não existe confiança entre gestores e seus funcionários: muita energia é gasta só para poder remendar os problemas dessa relação.

Agora pense em como essas mesmas empresas lidam com uma crise dessas… Difícil imaginar uma relação sem confiança funcionando via Zoom e Slack, né? Ou seja, quanto menos confiança, mais ineficiente torna-se o sistema como um todo.

Para fechar, deixo como recomendação de leitura o capítulo VII de “Why Nations Fail”, que explica justamente o efeito dessa confiança formal e informal dentro da Inglaterra pré-Revolução Industrial.



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