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Poupança 2019: vale a pena investir?

fevereiro de 2019


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11 min



Muitas pessoas que recebem uma grande soma em dinheiro, seja por alguma indenização trabalhista ou venda de imóvel, acabam deixando esses valores na caderneta de poupança por puro desconhecimento das alternativas oferecidas pelo mercado financeiro.

Se você tem uma quantia em dinheiro e está pensando em fazer uma aplicação, este artigo tem um único propósito:  convencê-lo de que a poupança, em 2019, pode não ser o melhor investimento.

A poupança

As cadernetas de poupança surgiram junto com a Caixa Econômica Federal, em decreto do imperador Dom Pedro II em 1861. Têm esse nome porque, na ocasião do depósito, o investidor recebia um pequeno caderno onde eram anotados à mão seus depósitos e retiradas.

Ou seja, não se trata exatamente de uma aplicação das mais modernas. Hoje, ela é uma modalidade de aplicação disponível em todos os bancos e tem a vantagem de o imposto de renda não tributar seus vencimentos, além de possuir garantia do Governo. Mas quanto ela rende ao poupador exatamente?

Segundo a última legislação em vigor, o rendimento da poupança deveria ser de 0,5% ao mês – mas somente se a taxa Selic for maior que 8,5% ao ano. Caso seja menor, o rendimento da poupança é calculado como sendo 70% do valor da Selic mais a taxa de referência (TR), que está zerada atualmente.

Com a Selic caindo ano após ano, parece nítido que a poupança em 2019 não é um dos melhores investimentos, como você pode ver a seguir.

Por que não investir na poupança?

Como todo investimento, o que vai dizer se a poupança é ou não uma boa opção são os números.

O primeiro motivo é a falta de flexibilidade da poupança quanto a depósitos e saques. Uma vez feito o depósito na poupança, não pode haver retiradas durante um mês, sob o risco de você perder todo o rendimento daqueles 30 dias. Ou seja, se você fez um depósito em 16 de janeiro, por exemplo, o dia 16 se torna o aniversário da sua conta e você não pode fazer retiradas até 16 de fevereiro. Do contrário, perde o que rendeu.

E a renda? A legislação que rege atualmente a remuneração da poupança em todos os bancos, estabelecida em 2012, limita os juros em apenas 70% da Selic mais a TR. Isso significa que o rendimento da poupança em 2019, com uma Selic estabelecida em 6,5% (podendo chegar a 7% até o fim do ano, segundo previsões do mercado), é de apenas 4,55% ao ano (podendo chegar a 4,9%).

Se fosse 4,55% acima da inflação, talvez ficasse interessante, mas não: este é o valor nominal. Quando descontada a inflação, que nas últimas estimativas para 2019 foi elevada para 4,02%, o rendimento líquido da poupança seria pouco mais de 0,5%. Ao ano!

É, certamente, uma das aplicações com menor rendimento que existem. Quase a mesma coisa que guardar seu dinheiro dentro do colchão!

Outras opções mais rentáveis

Investimentos em ações e em títulos de renda fixa são ótimas alternativas à poupança em 2019

Praticamente qualquer outra aplicação renderá mais do que a caderneta de poupança em 2019. Você vai encontrar aqui apenas algumas, para diferentes perfis de investidor. Escolha a que mais combinar com o seu:

Tesouro Direto

Tesouro Direto (TD) são títulos públicos, isto é, emitidos pelo Governo, a fim de custear suas próprias contas, já que a União frequentemente gasta mais do que arrecada. É o registro de um compromisso do Governo de devolver o que você lhe emprestou –somado de juros – que podem ser prefixados, acompanhar a taxa Selic ou o índice de preços ao consumidor (IPCA), que mede a inflação.

Em todos os casos, é preciso contratar uma instituição financeira que terá a custódia (guarda) dos títulos, por um percentual dos seus rendimentos. Uma grande vantagem é que você pode começar a investir em TD com pouco mais de R$ 30.

Na modalidade prefixada, você sabe exatamente quando receberá, pois o valor é dado já no contrato e não muda. Só é maior quanto maior for o prazo de vencimento do título. Hoje, títulos do tesouro prefixados com vencimento em 2021 e 2025 têm rendimentos de 7,43% e 9,02% ao ano, respectivamente.

Outras modalidades são indexadas às taxas Selic e IPCA, os chamados Tesouro Selic e Tesouro IPCA+. O Tesouro Selic, no início de 2019, está pagando Selic+0,01%, isto é, 6,51%, pois a Selic está fixada pelo Banco Central em 6,5%.

Já o Tesouro IPCA+ tem juros que variam, também dependendo da data de vencimento do título, entre 4,24% e 4,64% a serem somados ao IPCA. Com as previsões para este ano em 4,02%, esta modalidade do Tesouro Direto pode render até 8,66% este ano.

É importante alertar que, além da taxa paga ao agente de custódia dos títulos, há também que pagar o imposto de renda sobre os rendimentos. Essa alíquota varia entre 22,5% (sobre o lucro obtido em aplicações de até 180 dias) e 15% (para aplicações acima de 720 dias). E a garantia, claro, é do próprio governo.

CDI

Outra modalidade de investimentos são aplicações baseadas nos Certificados de Depósito Interbancários (CDI), como os Certificados de Depósito Bancário (CDB), as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA).

O CDI surgiu a partir da necessidade de os bancos terminarem o dia com o caixa positivo – uma determinação do Banco Central. Assim, aqueles que tiveram mais depósitos em um determinado dia emprestam às instituições que tiveram mais saques, apenas até o dia seguinte.

Trata-se de um tipo especial de empréstimo de curtíssimo prazo (1 dia) e a taxa cobrada, chamada de CDI ou taxa de DI, passou a servir de base para esses outros títulos privados. Sim, privados, pois, diferentemente do TD, estes são títulos emitidos pelas próprias instituições financeiras ou bancos. E são usados para financiar empréstimos que essas instituições fazem a outras pessoas e empresas.

O CDB é um título vendido pelo banco para captar dinheiro para qualquer tipo de empréstimo. É ele que alimenta o Crédito Pessoal, por exemplo, ou o Cheque Especial. O título tem como rendimento uma porcentagem da taxa de DI, negociada no momento do contrato. Pode variar de banco a banco, de 100% a 120% da CDI.

Hoje, com uma taxa DI de 6,40%, a rentabilidade do CDB pelos juros acima estaria entre 6,40% e 7,68% – lembrando sempre que, ainda que não haja taxa de custódia sobre esses rendimentos (uma vez que o emissor do título é o próprio banco), também incide imposto de renda, nas mesmas alíquotas do Tesouro Direto.

Os valores mínimos para se investir em CDB são um pouco maiores que o TD, variando entre R$ 500 e R$ 1.000. E os títulos são garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), do Banco Central.

A LCI é outro tipo de título privado, dessa vez emitido pelos bancos exclusivamente para angariar recursos para empréstimos imobiliários, como hipotecas e financiamento de imóveis.

Também funciona como o CDB, com a vantagem de não pagar imposto de renda, assim como a poupança. Em 2019, contratos de LCI eram fechados com juros de cerca de 85% da CDI, algo em torno de 5,44%, com investimentos mínimos que variam de R$ 500 a R$ 30 mil reais. Não está ao alcance de todos, mas compensa pelo seu baixíssimo risco, alto rendimento sem impostos e por também ter garantia do FGC.

A LCA tem a mesma dinâmica da LCI, com a única diferença de seus recursos serem aplicados pelo banco em investimento em agropecuária. Também têm garantia do FGC e não pagam imposto de renda.

Bolsa de valores

Tanto o investimento em TD como em aplicações baseadas em CDI são os chamados títulos de renda fixa, por garantirem uma renda ao investidor, quase sempre acima da inflação. Serve muito bem aos investidores mais conservadores e que não têm necessidade de liquidez a curto prazo.

Aplicar em ações, por outro lado, já não tem essa garantia. O mercado de valores pode ser volátil e imprevisível, mas isso é o que garante seus altos rendimentos ao fim do ano.

Tratam-se de títulos emitidos por empresas, de qualquer natureza, que queiram captar recursos – desde que obedeçam às diretrizes dos órgãos reguladores.  Quando uma empresa emite ações, diz-se que ela abriu seu capital. Quem compra, torna-se um acionista, uma espécie de sócio da empresa, podendo até receber parte de seus lucros.

Por estarem atrelados ao desempenho da companhia, o valor das ações tanto pode subir quanto descer. Isto significa que você pode acumular rendimentos, mas também perdas. R$ 1.000 reais investidos em uma ação cujo valor caia 10% transformam-se em apenas R$ 900.

Por outro lado, a possibilidade de rendimentos é ilimitada. Uma ação que faça um bom negócio ou em um setor que esteja indo muito bem neste ano pode valorizar até 100% ou mais. Para se ter uma ideia, as ações da Usiminas, empresa do setor siderúrgico líder na produção e comercialização de aço, cresceram mais de 120% em 2017. No entanto, em 2018, elas tiveram uma valorização de apenas 1,3%. É a beleza do mercado de ações.

Em resumo: poupança em 2019? Péssima ideia.

Para saber mais sobre esse mercado, continue de olho em nossos posts.

Poupança 2019: tão lucrativa quanto o velho porquinho

Muitas pessoas que recebem uma grande soma em dinheiro, seja por alguma indenização trabalhista ou venda de imóvel, acabam deixando esses valores na caderneta de poupança por puro desconhecimento das alternativas oferecidas pelo mercado financeiro.

Se você tem uma quantia em dinheiro e está pensando em fazer uma aplicação, este artigo tem um único propósito:  convencê-lo de que a poupança, em 2019, pode não ser o melhor investimento.

A poupança

As cadernetas de poupança surgiram junto com a Caixa Econômica Federal, em decreto do imperador Dom Pedro II em 1861. Têm esse nome porque, na ocasião do depósito, o investidor recebia um pequeno caderno onde eram anotados à mão seus depósitos e retiradas.

Ou seja, não se trata exatamente de uma aplicação das mais modernas. Hoje, ela é uma modalidade de aplicação disponível em todos os bancos e tem a vantagem de o imposto de renda não tributar seus vencimentos, além de possuir garantia do Governo. Mas quanto ela rende ao poupador exatamente?

Segundo a última legislação em vigor, o rendimento da poupança deveria ser de 0,5% ao mês – mas somente se a taxa Selic for maior que 8,5% ao ano. Caso seja menor, o rendimento da poupança é calculado como sendo 70% do valor da Selic mais a taxa de referência (TR), que está zerada atualmente.

Com a Selic caindo ano após ano, parece nítido que a poupança em 2019 não é um dos melhores investimentos, como você pode ver a seguir.

Por que não investir na poupança?

Como todo investimento, o que vai dizer se a poupança é ou não uma boa opção são os números.

O primeiro motivo é a falta de flexibilidade da poupança quanto a depósitos e saques. Uma vez feito o depósito na poupança, não pode haver retiradas durante um mês, sob o risco de você perder todo o rendimento daqueles 30 dias. Ou seja, se você fez um depósito em 16 de janeiro, por exemplo, o dia 16 se torna o aniversário da sua conta e você não pode fazer retiradas até 16 de fevereiro. Do contrário, perde o que rendeu.

E a renda? A legislação que rege atualmente a remuneração da poupança em todos os bancos, estabelecida em 2012, limita os juros em apenas 70% da Selic mais a TR. Isso significa que o rendimento da poupança em 2019, com uma Selic estabelecida em 6,5% (podendo chegar a 7% até o fim do ano, segundo previsões do mercado), é de apenas 4,55% ao ano (podendo chegar a 4,9%).

Se fosse 4,55% acima da inflação, talvez ficasse interessante, mas não: este é o valor nominal. Quando descontada a inflação, que nas últimas estimativas para 2019 foi elevada para 4,02%, o rendimento líquido da poupança seria pouco mais de 0,5%. Ao ano!

É, certamente, uma das aplicações com menor rendimento que existem. Quase a mesma coisa que guardar seu dinheiro dentro do colchão!

Outras opções mais rentáveis

Investimentos em ações e em títulos de renda fixa são ótimas alternativas à poupança em 2019

Praticamente qualquer outra aplicação renderá mais do que a caderneta de poupança em 2019. Você vai encontrar aqui apenas algumas, para diferentes perfis de investidor. Escolha a que mais combinar com o seu:

Tesouro Direto

Tesouro Direto (TD) são títulos públicos, isto é, emitidos pelo Governo, a fim de custear suas próprias contas, já que a União frequentemente gasta mais do que arrecada. É o registro de um compromisso do Governo de devolver o que você lhe emprestou –somado de juros – que podem ser prefixados, acompanhar a taxa Selic ou o índice de preços ao consumidor (IPCA), que mede a inflação.

Em todos os casos, é preciso contratar uma instituição financeira que terá a custódia (guarda) dos títulos, por um percentual dos seus rendimentos. Uma grande vantagem é que você pode começar a investir em TD com pouco mais de R$ 30.

Na modalidade prefixada, você sabe exatamente quando receberá, pois o valor é dado já no contrato e não muda. Só é maior quanto maior for o prazo de vencimento do título. Hoje, títulos do tesouro prefixados com vencimento em 2021 e 2025 têm rendimentos de 7,43% e 9,02% ao ano, respectivamente.

Outras modalidades são indexadas às taxas Selic e IPCA, os chamados Tesouro Selic e Tesouro IPCA+. O Tesouro Selic, no início de 2019, está pagando Selic+0,01%, isto é, 6,51%, pois a Selic está fixada pelo Banco Central em 6,5%.

Já o Tesouro IPCA+ tem juros que variam, também dependendo da data de vencimento do título, entre 4,24% e 4,64% a serem somados ao IPCA. Com as previsões para este ano em 4,02%, esta modalidade do Tesouro Direto pode render até 8,66% este ano.

É importante alertar que, além da taxa paga ao agente de custódia dos títulos, há também que pagar o imposto de renda sobre os rendimentos. Essa alíquota varia entre 22,5% (sobre o lucro obtido em aplicações de até 180 dias) e 15% (para aplicações acima de 720 dias). E a garantia, claro, é do próprio governo.

CDI

Outra modalidade de investimentos são aplicações baseadas nos Certificados de Depósito Interbancários (CDI), como os Certificados de Depósito Bancário (CDB), as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA).

O CDI surgiu a partir da necessidade de os bancos terminarem o dia com o caixa positivo – uma determinação do Banco Central. Assim, aqueles que tiveram mais depósitos em um determinado dia emprestam às instituições que tiveram mais saques, apenas até o dia seguinte.

Trata-se de um tipo especial de empréstimo de curtíssimo prazo (1 dia) e a taxa cobrada, chamada de CDI ou taxa de DI, passou a servir de base para esses outros títulos privados. Sim, privados, pois, diferentemente do TD, estes são títulos emitidos pelas próprias instituições financeiras ou bancos. E são usados para financiar empréstimos que essas instituições fazem a outras pessoas e empresas.

O CDB é um título vendido pelo banco para captar dinheiro para qualquer tipo de empréstimo. É ele que alimenta o Crédito Pessoal, por exemplo, ou o Cheque Especial. O título tem como rendimento uma porcentagem da taxa de DI, negociada no momento do contrato. Pode variar de banco a banco, de 100% a 120% da CDI.

Hoje, com uma taxa DI de 6,40%, a rentabilidade do CDB pelos juros acima estaria entre 6,40% e 7,68% – lembrando sempre que, ainda que não haja taxa de custódia sobre esses rendimentos (uma vez que o emissor do título é o próprio banco), também incide imposto de renda, nas mesmas alíquotas do Tesouro Direto.

Os valores mínimos para se investir em CDB são um pouco maiores que o TD, variando entre R$ 500 e R$ 1.000. E os títulos são garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), do Banco Central.

A LCI é outro tipo de título privado, dessa vez emitido pelos bancos exclusivamente para angariar recursos para empréstimos imobiliários, como hipotecas e financiamento de imóveis.

Também funciona como o CDB, com a vantagem de não pagar imposto de renda, assim como a poupança. Em 2019, contratos de LCI eram fechados com juros de cerca de 85% da CDI, algo em torno de 5,44%, com investimentos mínimos que variam de R$ 500 a R$ 30 mil reais. Não está ao alcance de todos, mas compensa pelo seu baixíssimo risco, alto rendimento sem impostos e por também ter garantia do FGC.

A LCA tem a mesma dinâmica da LCI, com a única diferença de seus recursos serem aplicados pelo banco em investimento em agropecuária. Também têm garantia do FGC e não pagam imposto de renda.

Bolsa de valores

Tanto o investimento em TD como em aplicações baseadas em CDI são os chamados títulos de renda fixa, por garantirem uma renda ao investidor, quase sempre acima da inflação. Serve muito bem aos investidores mais conservadores e que não têm necessidade de liquidez a curto prazo.

Aplicar em ações, por outro lado, já não tem essa garantia. O mercado de valores pode ser volátil e imprevisível, mas isso é o que garante seus altos rendimentos ao fim do ano.

Tratam-se de títulos emitidos por empresas, de qualquer natureza, que queiram captar recursos – desde que obedeçam às diretrizes dos órgãos reguladores.  Quando uma empresa emite ações, diz-se que ela abriu seu capital. Quem compra, torna-se um acionista, uma espécie de sócio da empresa, podendo até receber parte de seus lucros.

Por estarem atrelados ao desempenho da companhia, o valor das ações tanto pode subir quanto descer. Isto significa que você pode acumular rendimentos, mas também perdas. R$ 1.000 reais investidos em uma ação cujo valor caia 10% transformam-se em apenas R$ 900.

Por outro lado, a possibilidade de rendimentos é ilimitada. Uma ação que faça um bom negócio ou em um setor que esteja indo muito bem neste ano pode valorizar até 100% ou mais. Para se ter uma ideia, as ações da Usiminas, empresa do setor siderúrgico líder na produção e comercialização de aço, cresceram mais de 120% em 2017. No entanto, em 2018, elas tiveram uma valorização de apenas 1,3%. É a beleza do mercado de ações.

Em resumo: poupança em 2019? Péssima ideia.

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