O que é rotativo do cartão de crédito?
O rotativo do cartão de crédito é uma alternativa de pagamento que permite ao usuário pagar um valor entre o mínimo e o total da fatura. Essa prática é muito simples, mas deve ser utilizada com total cautela, pois os juros acrescidos para a próxima fatura tendem a ser muito altos.
A fatura do cartão é a cobrança de pagamento que vem mensalmente do banco ou prestadora, na qual estão os gastos que foram feitos em determinado período. O cartão de crédito oferece algumas opções de quitação dessa dívida. Entre elas, o pagamento mínimo e o rotativo.
O mínimo é um valor estipulado pelo banco, em geral fica entre 15% a 20% do total, que deve ser pago pelo consumidor para validar a remissão. Entre o mínimo e o valor total da fatura é que reside o rotativo do cartão de crédito. Nessa forma de pagamento, o próprio consumidor estipula quanto poderá pagar naquele mês.
É imprescindível ressaltar que essa é uma escolha que deve ser tomada como emergencial, já que no mês seguinte haverá cobrança de juros, mora e multa. A grande questão é que, muitas vezes, o consumidor é imprudente, acaba acumulando mais dívidas e, quando percebe, está comprometido com uma quantia exorbitante.
Os juros anuais do rotativo do cartão de crédito já apresentaram taxas de mais de 500%. Hoje em queda, ficam em torno de 363,3%, de acordo com o Banco Central (dados coletados em junho de 2017).
Havendo impossibilidade de pagamento, algumas alternativas existem para quitar a dívida do cartão, como um empréstimo, financiamento ou, em última instância, a Justiça, para evitar ficar como inadimplente.
A boa notícia é que, desde abril de 2017, novas regras sobre o rotativo do cartão de crédito foram implementadas pelo Banco Central, aliviando, ainda que minimamente, o bolso dos brasileiros. No decorrer deste post você descobrirá detalhadamente como está a situação atual e como agir mais precavidamente.
Mas, antes de explorar melhor esse tema, que tal saber um pouco mais sobre o que é um cartão de crédito, função, benefícios e desvantagens ao utilizá-lo? Continue a leitura e aprenda tudo sobre essa prática ferramenta de pagamento.
O que é um cartão de crédito?
O cartão de crédito é extremamente conhecido no mercado. Aqui do Brasil, não é de hoje que esse pequeno pedaço de plástico faz parte do dia a dia de muitas pessoas, sendo ora um bom protagonista, ora um vilão para as finanças da família.
Você sabia que existem não apenas um, mas três tipos distintos de cartões de crédito? Abaixo está explicado melhor como cada um deles funciona.
- Cartão institucional: o mais comum entre os cartões e geralmente o que os bancos fornecem aos clientes. Via de regra, há função de débito e crédito no mesmo exemplar e o limite oferecido está atrelado ao perfil do correntista e os respectivos rendimentos.
- Cartão pré-pago: pouco explorado e conhecido, é uma modalidade bem segura, já que o portador tem mais autonomia sobre o que está gastando. Funciona da seguinte maneira: o consumidor coloca uma quantia de crédito no cartão e vai utilizando conforme a necessidade.
No fim do mês, não tem como ser surpreendido com um valor maior, porque o limite já foi estipulado pela própria pessoa.
- Cartão co-branded: esse modelo é conhecido por formar parcerias entre bandeiras e empresas, como lojas de departamento, hipermercados ou fast fashion. Embora nesse caso os juros cobrados sejam maiores, algumas regalias são conquistadas devido à colaboração.
Conhecidos os principais tipos de cartões, é hora de saber como fazer a melhor escolha. Abaixo, estão elencados alguns detalhes que farão toda a diferença na hora de optar por um novo cartão de crédito.
- Instituição financeira: nada melhor do que conhecer a fundo os benefícios e desvantagens que o banco ou instituição oferecem. Atualmente, é possível adquirir um cartão de crédito até mesmo sem ser correntista.
Esse é um ponto positivo a ser explorado, porque permite que seja feito um comparativo mais abrangente de juros e anuidade.
- Bandeira: em termos de aceitação, hoje, a maioria das bandeiras possui a mesma resposta no mercado. Então, parte de o consumidor buscar a que melhor lhe convir. Alguns exemplos são: American Express, Elo, Mastercard e Visa. O segredo é pesquisar qual delas trará mais vantagens para determinado perfil financeiro.
- Anuidade e juros: a anuidade e as taxas cobradas são alguns dos principais fatores a serem analisados para se encontrar o cartão ideal. A anuidade é a cobrança anual assegurada por lei que os bancos e instituições financeiras aplicam sobre o uso do cartão.
Já as taxas de juros podem sofrer grande variação de um banco para outro. Então, é bom estar atento. É aqui, aliás, que entra o tema do nosso post, rotativo do cartão de crédito e formas de se pagar uma fatura, questões que serão explicadas melhor no decorrer do texto.
- Limite: esse é o fator determinante para que o consumidor não extrapole nas compras e gaste mais do que seus rendimentos.
Para conquistar uma boa vida financeira sem se prejudicar, é importante que fique claro que o cartão de crédito deve estar atrelado ao que você recebe, e que não seja considerado uma renda extra. Afinal, a fatura virá todo mês.
- Nacional e internacional: a prática dos gerentes de banco em oferecer um cartão internacional de imediato é muito comum, mas, o que inicialmente pode parecer uma escolha proveitosa, pode posteriormente prejudicar o consumidor.
Afinal, as taxas e anuidades tendem a ser maiores e, ainda que inicialmente haja uma oferta para adquiri-lo, com o passar do tempo, o consumidor pode perceber que está pagando mais por um serviço que pouco ou nem mesmo utiliza.
Para quem não viaja muito para fora do Brasil ou não faz muitas transações internacionais, o cartão nacional é a melhor alternativa.
Elucidadas as maiores dúvidas sobre o cartão de crédito, conheça, a seguir, as respostas às principais questões sobre o crédito rotativo.
Como calcular corretamente o rotativo do cartão?
Calcular de forma correta o rotativo do cartão de crédito é fácil. No exemplo abaixo, atente-se às orientações:
- Em janeiro, chega a fatura no valor de R$ 800,00. Você tem a opção de pagar o mínimo, ou seja, R$ 120,00, mas decide pagar um pouco mais, R$ 600,00. O restante do valor, R$ 200,00, entra como crédito rotativo para a próxima fatura.
- Em fevereiro, a fatura fecha em R$ 625,00 sendo R$ 400,00 dos gastos do mês e R$ 200,00 referente ao rotativo do cartão de crédito do mês anterior, mais R$ 25,00 equivalente aos juros* do rotativo.
- O valor em aberto, rotativo ou em atraso, deve ser pago ainda no mês de fevereiro. Essa nova prática colabora em muito para que o consumidor não fique apenas fazendo o pagamento mínimo e postergando as dívidas.
*Atenção, os juros do rotativo do cartão de crédito são apenas exemplos. Esteja ciente que cada banco pode cobrar taxas diferenciadas.
Quais os cuidados com o crédito rotativo?
Já foi abordada anteriormente a importância de evitar ao máximo a utilização do rotativo do cartão de crédito. Afinal, os encargos provenientes dessa prática acabam sendo muito maiores do que a dívida original.
Apesar dessa consciência, às vezes, essa é a única alternativa para pagar o cartão. Então, é bom manter um discernimento e usar o crédito rotativo apenas em casos muito específicos e quando todas as outras possibilidades já foram exploradas.
Caso o rotativo seja utilizado, atente-se aos prazos para não haver novos atrasos e juros. Além disso, reduza os gastos até que, pelo menos, a dívida inicial seja quitada.
Por que é sempre vantajoso pagar a fatura completa?
Mantendo a fatura em dia, o consumidor adquire uma educação financeira exímia e se vê livre de cobranças desnecessárias no decorrer do ano. Uma fatura em que as cobranças são referentes apenas aos gastos reais (mais os encargos obrigatórios) é muito mais coerente do que pagar por algo que verdadeiramente não foi consumido.
A compra consciente é indispensável. Essa forma de agir não irá impedir a pessoa de usufruir dos rendimentos, mas irá ajudá-la a ter ciência do que é feito, verdadeiramente, com o dinheiro que ganha.
Afinal, vale muito mais pagar por uma coisa de cada vez, do que pagar até duas vezes mais do que valeria determinado produto ou serviço, só por não ter uma visão realista da situação.
O que mudou com as novas regras do rotativo e do parcelamento da fatura do cartão?
Com as novas regras para quitação da fatura do cartão de crédito, o pagamento mínimo e o rotativo vieram para colaborar com um consumo mais saudável.
Voltando ao exemplo dado anteriormente, existem algumas opções de pagamento. A fatura de fevereiro, em R$ 625,00, tem um mínimo de R$ 90,00. Com a nova regra, o crédito rotativo e os atrasos devem ser pagos dentro de 30 dias. Para isso, algumas alternativas são ofertadas pelo banco ou instituição. São elas:
- Pagamento total: essa, sem sombra de dúvida, é a melhor escolha a fim de evitar novos encargos e acúmulo de dívidas. Pagando os R$ 625,00 totais, o consumidor fica livre dos gastos de janeiro e fevereiro e não paga mais por isso (além dos juros do crédito rotativo).
- Parcelamento da fatura: infelizmente, nem sempre a vontade do consumidor é o que prevalece. Em muitas situações, o parcelamento da fatura se torna necessário.
A regra, nesses casos, é pagar o mínimo ou mais e o restante será parcelado de acordo com o que você estipular com o banco – ou automaticamente em 12x. Acrescidos ao valor de cada parcela, serão cobrados juros e IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
- Pagamento mínimo mais rotativo: essa é a alternativa menos interessante, porque vai desmembrar a dívida, prolongando-a para outros meses. Funciona da seguinte maneira: paga-se o valor mínimo mais o que ficou em aberto do mês anterior. Para o mês seguinte, nesse caso, março, um novo rotativo e juros serão cobrados.
Esperamos que nosso material tenha esclarecido as suas dúvidas quanto ao rotativo do cartão de crédito. É sempre bom destacar que, se bem utilizado, o cartão é uma ótima ferramenta para o consumidor.
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