Em momentos de realização de projetos maiores, muitas pessoas recorrem aos empréstimos bancários para conseguir dinheiro. No entanto, quando a pessoa não consegue controlar o orçamento, surge uma série de transtornos e, consequentemente, há a necessidade de negociar as dívidas com o banco.
Os empréstimos, muitas vezes, aparecem como uma chance de conseguir dinheiro de uma maneira rápida e até mesmo fácil para grandes projetos, como montar o próprio negócio, reformar a casa, fazer uma viagem, entre outros.
Os bancos são as instituições mais procuradas porque, na maioria das vezes, o cliente já mantém um relacionamento com eles por meio de contas correntes ou aplicações. É possível até que o credor ofereça esse crédito sem que o correntista o procure.
Mas, independentemente da razão pela qual o empréstimo foi feito, ele precisa ser quitado. Por isso, confira a seguir 10 passos de como negociar as dívidas com o banco.
10 passos para negociar as dívidas bancárias
Um requisito primordial para quem deseja encerrar de vez esse problema é uma boa dose de paciência. Dificilmente, um banco aceita a primeira proposta enviada por um cliente. Então, não desista logo de cara e sempre tenha um plano B, no caso do A fracassar.
Conheça os 10 passos para negociar as dívidas com o seu banco.
1 – Faça uma análise do contrato
Se ainda tiver o contrato firmado no momento do empréstimo, reserve um tempo para lê-lo tranquilamente, mas de forma bem atenta. Aproveite para verificar se há alguma irregularidade nele, como cobrança de juros abusivos, por exemplo.
Caso identifique qualquer problema, consulte um órgão de defesa do consumidor ou mesmo o Banco Central e denuncie.
Saber que há alguma irregularidade, também pode ser uma forma de conseguir um acordo com o banco, especialmente no que se refere ao oferecimento de condições melhores para quitar o débito.
Essa é uma boa dica para negociações que envolvam valores altos, como financiamentos. Não é raro que, no momento de firmar o contrato, algumas taxas sejam cobradas de maneira irregular.
Verifique, ainda, quanto falta para o encerramento total da dívida. Revise tudo da maneira mais cautelosa possível. Se julgar necessária a ajuda de um profissional especializado, não hesite em contar com ela.
2 – Verifique o valor que se pode pagar
Seja bem realista e verifique suas condições atuais. Em algumas situações, a ansiedade por quitar logo a dívida, principalmente quando isso é necessário para a concretização de outro objetivo, pode fazer com que a proposta final seja impossível de pagar naquele momento.
Não é difícil chegar a um valor para apresentar ao banco e negociar sua dívida. Considere a sua renda líquida mensal, descontando impostos e benefícios, e reserve também uma quantia para as despesas fundamentais, como água, luz e gás, assim como vestuário e alimentação.
Com esse número em mãos, pense em todos os gastos que podem ser evitados e que sejam considerados supérfluos. Esse saldo final pode ser levado ao banco no momento da negociação da dívida.
Se você tem rendas extras, como algum trabalho complementar, ou algum dinheiro que irá receber em algum momento, como o 13° salário, leve também em conta, pois o valor a ser negociado com a instituição poderá ser maior em virtude disso.
3 – Planeje o primeiro contato
Escolha bem a hora de procurar a instituição bancária e apresentar sua proposta. Opte por um dia mais calmo, no qual tem algum tempo livre, para que tudo seja feito da maneira mais tranquila e consciente possível.
Alguns bancos permitem que você faça tudo pela internet, com a inserção da quantia reservada para a entrada e o prazo de pagamento total.
No entanto, muitos profissionais da área acreditam que o cliente pode conseguir boas condições ao negociar as dívidas com o banco pessoalmente, pois a solução encontrada é personalizada. Já a modalidade on-line traça o perfil médio do consumidor e tudo é feito de maneira impessoal e uniforme.
É possível também fechar negócio por telefone. Nesse caso, guarde qualquer registro do atendimento, como um número. Se for pessoalmente, exija o registro da negociação por escrito com assinatura de testemunhas.
4 – Considere a transferência da dívida
Se a sua agência mostra certa resistência para aceitar o valor e as condições que você tem para oferecer, verifique a possibilidade de transferir o débito para outra instituição, porque você pode até conseguir encontrar condições melhores de pagamento e juros menores.
E não é só isso. Ao cogitar a portabilidade da dívida, o banco credor pode ficar mais aberto a uma negociação. Ao ser pressionado, ele tende a oferecer condições parecidas ou até mesmo mais vantajosas do que o concorrente.
Você pode apenas sondar essa possibilidade antes da primeira visita à sua agência. Caso a negociação da dívida com o banco não evolua, tente concretizar isso.
Portanto, mantenha-se atento às condições oferecidas e ao fato de existir a possibilidade de transferir o débito sem a necessidade de abrir uma conta corrente.
5 – Participe ativamente da negociação
Não aceite tudo o que o banco oferecer, principalmente quando perceber que não há condições de cumprir os compromissos. Tente fazer o que for possível para conseguir uma melhor negociação.
Nesse cenário, trace um perfil da sua dívida. Se ela for recente, as chances de obter uma redução do valor total são mínimas, pois o cliente, ao fechar o contrato, sabia das condições. Reclamar delas poucos meses depois não vai adiantar.
Porém, se precisar de melhores condições em casos como esse, tente renegociar as taxas extras cobradas. Em um financiamento, por exemplo, você pode propor algo em relação ao seguro.
E, quando se fala de dívida recente, o prazo pode variar. Prestações de automóveis, casas ou apartamentos exigem pelo menos três meses para que você possa negociar, uma vez que apenas depois desse período se costuma cobrar juros de mora, o que ocasiona o aumento da taxa de juros.
Já quando se fala de cheque especial ou cartão de crédito, não se pode esperar tanto assim, pois os juros são bem mais altos e podem ultrapassar 10% ao mês. Nesse caso, assim que o cliente perceber que não conseguirá arcar com o débito, pode ser interessante procurar o credor.
6 – Não aceite qualquer proposta
No momento de negociar as dívidas com o banco, o cliente pode ficar vulnerável, principalmente se precisar sanar o débito para concretizar outro projeto. Nessa fase, é comum um banco apresentar serviços que precisam ser contratados como condição da aceitação da proposta.
Mas, fique atento para o fato de que essa prática não é permitida pelo Código de Defesa do Consumidor, pois se trata de venda casada. Não aceite de forma alguma nenhuma pressão, e procure um órgão competente se não houver possibilidade de acordo sem a inclusão dessas obrigações.
Se houver qualquer ameaça por parte do banco, você pode, inclusive, pedir uma indenização.
7 – Pense sobre a contraproposta do banco
Ao apresentar uma alternativa para o banco de negociação da sua dívida, esteja pronto para ouvir a contraproposta do credor. Ainda que você precise de uma solução, não deixe que a ansiedade tome conta da situação, e peça um tempo para pensar antes de aceitar qualquer acordo.
Normalmente, a primeira proposta do banco não costuma ser vantajosa para o cliente. Os benefícios raramente são dados em relação a valores, o que realmente vale a pena, e sim em cima dos prazos.
O prolongamento da dívida dá uma falsa sensação de vantagem, o que não é verdade. Quanto mais longa a dívida, maiores são os juros praticados, mesmo que as taxas sejam reduzidas.
Por isso, não se esqueça de analisar a contraproposta sob todos os ângulos: o valor total, os juros praticados e os prazos. Compare o que é oferecido com o valor original e, principalmente, estude as suas condições para quitar esse compromisso.
8 – Peça ajuda em caso de insucesso
Se o banco não aceitar uma proposta que esteja de acordo com as suas condições, você pode procurar alguns órgãos, de forma gratuita. Os PROCONs de vários Estados costumam intermediar gratuitamente as negociações de dívidas entre os bancos e seus correntistas.
Para contar com esse auxílio, você deve estar na condição de superendividado. Logo, é necessário já estar devendo. Se você não tem esse perfil, a sugestão é que procure um advogado para orientá-lo.
No entanto, essa atitude pode ser tomada a princípio apenas no sentido de facilitar a negociação da dívida com o banco. Uma ação judicial, se for o caso, deve ser concretizada somente se todas as opções anteriores forem fracassadas.
9 – Visite feirões
Periodicamente, os órgãos de proteção de crédito realizam feiras com o objetivo de promover negociações com condições vantajosas tanto para o credor quanto para o devedor. Se você tem uma dívida para quitar com o banco, essa pode ser uma excelente oportunidade.
Como não há uma agenda fixa para a realização desses eventos, você precisa ficar atento às datas de feirões em sua cidade, para não perdê-los.
Geralmente, lá, você consegue até mesmo mais benefícios do que em um acordo na própria agência. Mesmo assim, é preciso seguir todos os passos anteriores para conseguir algo realmente vantajoso e possível de ser quitado.
10 – Cuide de sua saúde financeira
Uma vez com os débitos quitados, não deixe que os dias de inadimplência voltem. Controle melhor as suas finanças e tenha uma relação saudável com o dinheiro, para não precisar negociar dívidas com o banco novamente.
Uma reincidência pode fazer com que a renegociação seja ainda mais difícil, pois o banco mantém o histórico de cada cliente. Embora possa ser considerada uma prática abusiva, não se pode evitá-la.
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