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Copa do Mundo de 2018: entenda quais foram os investimentos e empréstimos realizados

julho de 2018


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Neste ano, a Copa do Mundo acontece na Rússia, deixando os cidadãos de todo mundo animados e ansiosos para ver quem levará a taça para casa. Segundo uma pesquisa divulgada poucos dias antes do início da Copa, os russos estavam felizes em sediar o evento, e 77% da população acredita que a Copa vai melhorar a reputação do país.

Para dar suporte às seleções de todos os países, há grandes investimentos, tanto do governo quanto de empresas privadas que patrocinam o evento. Este é um dos maiores acontecimentos mundiais e, por isso, investimentos na Copa do Mundo são altíssimos.

Qual foi o investimento para copa do mundo?

A Copa da Rússia gerou o investimento de R$ 38,4 bilhões, cerca de 57% a mais do que foi investido no Brasil, último país que sediou o mundial. Aqui, o investimento para a Copa foi de R$ 25,5 milhões aos cofres nacionais, segundo os dados do relatório do TCU (Tribunal de Contas da União).

Na época da Copa do Brasil, os investimentos foram considerados altos, mas, ainda assim, são inferiores aos da Rússia. Além do investimento, a Rússia conseguiu criar cerca de 220 mil postos de trabalho, movimentando a economia local.

Parte do dinheiro também foi utilizada para melhorias em infraestrutura da cidade, como estradas e aeroportos. A expectativa do Comitê Organizador Local é de que a Copa cause impacto no PIB da Rússia — de cerca de U$ 15 bilhões. Além disso, espera-se que haja um incremento de U$ 2 bilhões no turismo.

Infraestrutura esportiva

O dinheiro da Rússia foi utilizado para a construção e reforma de 12 estádios, com 7 deles completamente novos. Também foram construídas 95 bases de apoio para as seleções que participam do mundial.

Os estádios construídos do zero foram Kaliningrado, Nijni Novgorod, Rostov, Samara, Saransk, São Petersburgo e Volgogrado. Os locais reformados foram Lujniki, Iekaterinburgo e Sochi.

Do total, os russos utilizaram cerca de 40% para a infraestrutura esportiva, o que engloba construções e reforma dos estádios, além das bases de apoio. Foram gastos R$ 14,9 bilhões neste setor. No Brasil, o gasto com a infraestrutura esportiva foi de R$ 11,2 bilhões.

Diferentemente do que aconteceu no Brasil, a Fifa não teve problemas com as obras na Rússia. Desde que foi escolhida para ser o país-sede da Copa de 2018, o país começou a se organizar para respeitar os prazos e entregar tudo o que foi prometido.

Por causa do frio da Rússia, nem todas as obras foram finalizadas e testadas em 2017. No entanto, tudo correu bem, e as obras foram entregues.

Os valores gastos em cada estádio foram:

  • R$ 2,4 bilhões em São Petersburgo,
  • R$ 1,7 bilhão em Spartak,
  • R$ 1,6 bilhão em Olímpico Fisht,
  • R$ 1,4 bilhão em Lujniki,
  • R$ 1,16 bilhão em Kazan,
  • R$ 1,15 bilhão em Rostov,
  • R$ 1,1 bilhão em Samara,
  • R$ 1 bilhão em Kaliningrado,
  • R$ 0,95 bilhão em Volgogrado e em Nijni Novgorod,
  • R$ 0,93 bilhão em Mordovia e
  • R$ 0,75 bilhão em Iekaterinburg.

Infraestrutura de transportes

A infraestrutura dos transportes também exige muitos investimentos por parte do governo russo. O gasto foi de cerca de R$ 12 bilhões, além dos R$ 166 bilhões com gastos operacionais.

Estes investimentos para a Copa do Mundo são muito importantes tanto para o evento quanto para depois. As estradas e aeroporto melhorados, por exemplo, podem trazer retorno financeiro para o país, com a melhoria da eficiência dos transportes.

A expectativa é de que, a longo prazo, o país consiga ganhar com os investimentos feitos para a Copa. Outros gastos foram para tipos de infraestrutura os mais diversos (R$ 4,16 bilhões) e despesas operacionais (R$ 6,5 bilhões).

No setor dos transportes, apenas uma das promessas não foi cumprida: entregar um trem de alta velocidade que ligaria Moscou a Kazan e faria a viagem em 4 horas. Hoje, o trem já existe, mas faz a viagem de 750 quilômetros em 12 horas.

Quem são os grandes investidores?

Dinheiro vem de investimento do governo e de empresas, estatais e privadas. Fonte: Pixabay

O investimento para a Copa do Mundo da Rússia veio em fundos federais, empresas estatais e privadas e governos regionais.  O governo ficou responsável pela maior parte das despesas com infraestrutura, enquanto as empresas se responsabilizaram por estádios, construção de hotéis e reformas em aeroportos.

Segundo Comitê Organizador Local, os investimentos em infraestrutura trarão um impacto de R$ 48,7 bilhões ao país, o que representa 1% do PIB (Produto Interno Bruto) da Rússia.

A expectativa é de que o evento leve 586 mil turistas estrangeiros, o que também ajuda a movimentar a economia local, por meio do turismo.

Estatais

A maior parte do investimento para a Copa veio de fundos federais, que representam 57,6% do total investido no evento. Outra fonte estatal de renda é proveniente dos governos regionais. Estes são responsáveis por 13,6% do montante.

Os investimentos do governo foram, em sua maioria, realocados para a parte de transportes. Parte do dinheiro também foi destinada a alguns estádios. Em uma entrevista a um canal russo, o presidente do país, Vladimir Putin, admitiu que gastou dinheiro demais com o evento.

Privados

As companhias estatais e privadas também têm sua parcela de investimentos na Copa. Segundo o Comitê Organizador Local do evento, estas empresas foram responsáveis por 28,8% dos investimentos.

O dinheiro das empresas foi colocado, majoritariamente, em setores de aeroportos, construção de hotéis e grandes estádios, como o de São Petersburgo.

Além disso, também aparecem patrocinadores, tanto os globais como os de cada time ou jogador.

Houve empréstimos?

O NBD (Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS) é o principal banco dos BRICS, grupo que reúne os países Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Por causa da situação econômica complicada na qual a sede se encontra, provavelmente ela tenha recebido recursos para financiar o evento.

O Comitê Organizador Local não divulgou dados a respeito de valores emprestados. No entanto, é comum que os países façam empréstimos com os bancos relacionados a ele para conseguir financiar o evento.

A Copa do Mundo recebe milhares de turistas e também demanda muito dinheiro. Além dos gastos com infraestrutura, a nação anfitriã precisa de recursos financeiros para lidar com possíveis imprevistos que aconteçam durante a Copa.

Os patrocínios

Além dos investimentos de empresas e governos, a Copa também recebe investimentos de patrocinadores, em sua maioria, de outros países. Os patrocínios podem se dar por meio das seleções e dos jogadores, além dos patrocinadores globais do evento.

Patrocinadores globais são definidos pela Fifa. Fonte: Pixabay

Os globais são Budweiser, Hisense, McDonald’s, Mengniu e Vivo. Estes são responsáveis por fornecer dinheiro para o mundial e, em troca, os logos das empresas são colocados em estádios e papéis de divulgação da Copa, por exemplo.

Outras empresas que aparecem como patrocinadoras de times ou jogadores são Adidas, Coca-Cola, Gazprom, Hyundai/Kia Motors, Qatar Airways, Visa e Wanda. Tais parcerias são fechadas entre os times ou jogadores e a própria empresa.

Há uma terceira categoria, dos patrocinadores regionais — ou seja, aqueles que fazem promoção apenas para um local. A maior parte dessa categoria é de empresas chinesas, sendo elas Yadea, Alfa-Bank e Sunseeker.

A expectativa antes do mundial começar era de que a Fifa conseguisse ganhar, pelo menos, € 1,4 bilhão, valor 8,2% inferior ao arrecadado com patrocínios no Brasil, em 2014.

Eu posso investir na copa?

Empresas podem investir na Copa. Fonte: Pixabay

Apenas empresas podem patrocinar a Copa do Mundo. Mesmo que uma pessoa tenha muito dinheiro e queira dar uma parcela para o evento, por exemplo, ela não poderia. Os investimentos vêm de empresas, geralmente de grande porte.

Para ser um investidor, a empresa precisa fazer reuniões e negociações com o Comitê Organizador Local do evento,a fim de determinar de onde virá o dinheiro. A cada ano, a Fifa vem reduzindo os investimentos que fazem para a Copa.

Em 2014, a entidade gastou US$ 2,224 bilhões no Mundial. A expectativa para a Rússia é de investir US$ 2,153 bilhões. Segundo a entidade, os gastos são orçados para atender as necessidades do local que vai sediar a Copa.

Realização da Copa do Mundo

Por ser um grande evento, a Copa do Mundo atrai a atenção de torcedores e investidores que querem ter suas marcas associadas ao evento. Desde a escolha da sede até a chegada dos primeiros turistas, os envolvidos na preparação da Copa trabalham incansavelmente para que o evento seja memorável.

Os jogadores, é claro, colocam em prática tudo o que treinaram para tentar levar a taça para casa e promover uma festa no país de origem do ganhador.

Agora que você já sabe como o evento é financiado, só pegar a pipoca e assistir aos jogos das seleções mundiais. Está preparado?



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