Em bom português, factoring nada mais é do que um fomento mercantil, ou seja, o incentivo ao mercado. Principalmente voltado para auxiliar os micro, pequenos e médios empreendedores, o factoring tem como propósito “não deixar a peteca cair” no mercado consumidor.
O factoring adquire o crédito de uma microempresa, por exemplo, e fica responsável por cobrar o crédito de um consumidor final e administrá-lo, “cobrindo” esta despesa para que a microempresa continue a funcionar sem se prejudicar financeiramente. Desta forma, o mercado não para de girar e todos se beneficiam com isso.
A atividade de factoring requer que, pelo menos, três personagens existam para que essa engrenagem funcione perfeitamente como descrito acima: o factor que irá comprar o crédito, o aderente que irá ceder os seus créditos para a administração do factor e o devedor que, geralmente, é o consumidor final que gerou o crédito.
Também se denominam de Empresa Cedente aquela que irá emprestar (factor) e como Empresa Cessionária (aderente) aquela que solicita os recursos.
Tal ideia parece até genial em épocas de crise. Porém, não é de hoje que se pensa sobre isso. O factoring surgiu na Europa durante os séculos XIV e XV. Naquela época, o Factor era um agente mercantil que vendia mercadorias pertencentes a outras pessoas em troca de comissão – algo semelhante ao que há hoje na figura do representante comercial.
Com o passar do tempo, as coisas foram ficando tão ágeis que, com a garantia de que iriam comercializar certo produto, já pagavam ao fornecedor antes mesmo de isso acontecer (praticamente pagando para vender).
Anos se passam e o resto da história se tornou o que hoje se conhece como factoring.
Como funciona?
Na realidade, o conceito parece muito mais difícil do que realmente é. Para contratar um factoring, teoricamente, só é necessário um contrato.
Porém, para que este contrato aconteça, é claro que algumas coisas serão postas na mesa, como: cadastro para uma análise do perfil de crédito da empresa cessionária; envio de títulos para que a empresa cedente verifique os créditos que a cessionária quer antecipar – esta etapa pode ser feita no site da factoring e, em alguns casos, por e-mail; proposta para a cessionária avaliar a proposta da factoring, incluindo os custos envolvidos; e, então, o contrato para fechar o negócio, assinando as duplicatas.
Tipos
Factoring Convencional
Como o nome já explica, trata-se da forma convencional de factoring. Ou seja, a fomentadora irá assumir os créditos da aderente – é também o tipo mais comum no Brasil.
Factoring Maturity
Neste tipo, a factoring assume a administração das contas a receber da empresa. Desta forma, a aderente passa a preocupação com as cobranças para a factoring.
Factoring Trustee
É a soma da factoring convencional com o maturity. Além de administrar as contas, também se exerce a função de gestão financeira para a fomentada.
Factoring Exportação
Esta categoria envolve duas empresas de factoring. Cada uma responderá por sua fomentada situada no país correspondente para assumir as questões relativas às transações de exportação de bens e serviços.
Factoring Matéria-Prima
Neste tipo, a factoring vai atuar como intermediadora entre a empresa fomentada e seus fornecedores de matéria-prima.
Pagamentos
Factoring com recursos
Nesta modalidade, a empresa fomentada serve como subsidiária. Ou seja, caso o devedor final não pague sua dívida, a cessionária deverá pagar pelo crédito à empresa cedente, assumindo o compromisso inicial.
Factoring sem recursos
Já na sem recursos, o factor vai assumir toda a responsabilidade e arcar com todos os custos, caso o devedor não pague o que deve.
Quais são os benefícios
A esta altura do campeonato, você deve estar imaginando o quão interessante deve ser contar com um factoring no seu negócio. E é mesmo, se você souber o que está fazendo. Por isso, vale sempre ressaltar os benefícios do factoring para quem o contrata.
Em primeiro lugar, é sempre bom destacar a questão do crédito antecipado. Ter o dinheiro na mão, principalmente no início ou em fases de dificuldade de um negócio, é muito interessante para fazer o capital girar e gerar frutos. O factoring possibilita que o empresário receba à vista, já que o fator irá receber os créditos por ele e repassá-lo o valor correspondente, sendo o ideal para que este ‘respiro’ financeiro aconteça na prática.
Além disso, já que o crédito estará nas mãos do factor, a responsabilidade de lidar com o pagamento do cliente também será da factoring – dependendo da modalidade selecionada, claro, como a maturity ou a trustee, por exemplo. Portanto, o risco da negociação estará nas mãos da factor e, consequentemente, o risco da inadimplência também. Caberá ao factoring ir atrás do cliente para cobrá-lo caso isso aconteça.
Desta forma, ao repassar esta responsabilidade a quem sabe lidar com ela, diminuindo estes riscos por consequência, o empreendedor pode se dedicar mais a outras áreas do negócio, como marketing, treinamento de colaboradores, fidelização de clientes, vendas, etc.
Isso sem falar da modalidade de factoring matéria-prima. Toda empresa, mesmo que micro, precisa de insumos para trabalhar. Poder contar com uma factor já representa uma vantagem inicial que é não parcelar ou se endividar para comprar seus insumos ou materiais. A factoring paga o fornecedor e a empresa fica livre para negociar à vista, não retirando o valor inteiro do caixa de forma imediata. Mais uma vez, isso alivia muito os custos da empresa, dando um “respiro” para o gestor, que pode, então, investir em outras áreas necessárias naquele momento.
Mas, com todas essas vantagens, você pode estar se perguntando: tudo isso é fácil assim? Pode-se dizer que é simples. Porém, é claro que a empresa cedente terá todos os cuidados para se proteger. Muitos fatores serão analisados, até porque há mais um benefício importante:
Ao contrário dos bancos que cobram juros, a factoring não irão cobrá-los. O que acontece neste tipo de contratação é uma outra forma de garantia e de segurança para o factor. Ele irá analisar o contrato com base em outros parâmetros, como os riscos de possíveis calotes, os impostos relativos à atividade, o tipo de perfil dos devedores e, então, haverá uma noção do que irá ser cobrado a mais do aderente.
Como usar?
Antes de mais nada: o factoring só é válido para pessoas jurídicas. No mais, é importante destacar que para cada jogo existirá uma regra. Para uma empresa, o fator de compra pode ser um, enquanto para outra pode ser outro completamente diferente, mesmo que a factoring contratada seja a mesma. Isso porque os direitos e deveres no contrato serão divergentes.
O motivo para isso acontecer é o fato de que cada empresa possui suas particularidades, como seus riscos, expectativas de lucro, impostos, perfil de clientes, capital, entre outros fatores. Portanto, é normal que as “regras do jogo” mudem de acordo com cada empresa e que estas se adequem ao que a factor considere o ideal para que ela corra menos risco.
Consequentemente, os valores serão diferentes também. Uma vez analisadas as particularidades da empresa e transação, a factor determina esses valores em cima das suas especificidades e os coloca no contrato. No documento, constarão as questões relativas ao pagamento, assim como os direitos e deveres de ambos os envolvidos (aderente e cedente).
Por fim, é visível como a estratégia do factoring vem se provando uma ótima forma do empresário poder “respirar” num mercado que anda “sufocando” qualquer um que tente sobreviver nele. Realizada da forma correta, a parceria com a factoring pode ser uma saída temporária para que se possa estruturar um sonho, uma ideia ou um plano que tenha saído do trilho por motivos que poderiam ter sido evitados ou simplesmente por falta de experiência. Seja qual for a razão, é uma ótima opção para poder repensar o seu negócio e não desistir do que você já conseguiu: ser um empreendedor.
Já teve alguma experiência com factoring? Comente abaixo!