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LCI: saiba mais sobre essa aplicação

fevereiro de 2019


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Quando se fala em aplicar o dinheiro, muita gente chega até a caderneta de poupança e para por aí. Outros sabem que esta é uma das aplicações que menos rende e têm um pouco de conhecimento sobre títulos públicos, fundos de investimentos, bolsa de valores.

Mas é raro alguém citar de imediato que possui investimentos ou pensa em investir em Letras de Crédito Imobiliário (LCI). Neste artigo, esclareça as principais dúvidas a respeito da aplicação em LCI e veja por que a LCI pode se mostrar um fonte de renda bem vantajosa.

O que é LCI?

Crédito imobiliário: um investimento que pode gerar bons frutos no futuro

LCI são Letras de Créditos Imobiliários, títulos privados emitidos por bancos para financiar o setor imobiliário. Ao fazer uma aplicação em LCI, você empresta dinheiro ao banco para que ele, por sua vez, o empreste a pessoas e empresas que oferecerão um imóvel como garantia, como em hipotecas e financiamentos para a casa própria.

No prazo de vencimento do título, você recebe de volta o que pagou mais uma porcentagem pré-determinada. Ou seja, no momento do investimento, você já tem uma boa ideia de quando e quanto vai receber. Só não sabe exatamente o valor porque a aplicação em LCI pode ter rendimento prefixado (geralmente de forma híbrida) ou pós-fixado, como você verá a seguir.

Esta é uma modalidade bem interessante de investimentos por apresentar uma série de vantagens que não aparecem em outras aplicações mais comuns, além de oferecer risco muito baixo e com garantias do próprio devedor, que tem o lastro de uma instituição financeira, além do Banco Central.

Rendimento

Taxas de DI acompanham a taxa Selic, garantindo rendimentos maiores que a poupança

Quase todos os investimentos no Brasil são influenciados pelo CDI, o certificado de depósito interbancário. Trata-se de um tipo especialíssimo de empréstimo de curto prazo (1 dia), feito apenas entre bancos a fim de terminarem o dia com o caixa positivo – uma determinação do Banco Central.

Com o tempo, esta taxa de depósito interbancário passou a servir de base para as demais aplicações e porcentagens dessa taxa de DI são oferecidas como rendimento.

No caso da LCI, o rendimento geralmente é calculado por essa porcentagem da taxa DI, mas também pode ser uma porcentagem fixa ou atrelada à inflação. São as modalidades de rendimento pós-fixado, prefixado e híbrido.

Pós-fixado

Uma aplicação em LCI pós-fixada é aquela baseada na CDI do dia do vencimento. Geralmente, são oferecidas pelos bancos taxas em torno de 85% da CDI. Ou seja, se um título de LCI pós-fixado em 85% da CDI está para vencer agora, no início de 2019, com a taxa de DI em torno de 6,4% ao ano, ele renderá 85% de 6,4%, isto é, 5,44%.  Se vencer em um período futuro e a taxa DI aumentar ou diminuir, o rendimento também varia.

Ou seja, você não sabe exatamente quanto, mas consegue fazer um cálculo bem preciso – principalmente sabendo que a taxa de CDI se aproxima muito da Selic e que esta é sempre maior do que a caderneta de poupança.

Híbrido

Outra forma de contabilizar os juros de sua aplicação em LCI é optar por um rendimento prefixado, uma porcentagem fixa, negociada entre você e o banco. Neste caso, você tem certeza absoluta de quanto vai receber, independente de flutuações na economia.

O que pode acontecer, e geralmente acontece, é este valor se aproximar muito do índice de preços ao consumidor (IPCA), e você terminar tendo em sua carteira de investimentos uma aplicação rendendo pouco mais do que a inflação do mesmo ano.

Para driblar essa possível perda, o melhor a fazer é atrelar sua LCI a um rendimento híbrido, isto é, que mantenha um percentual fixo, mas que se some ao IPCA, garantindo, assim, um valor considerável além da inflação. E, novamente, bem maior do que a poupança.

Tributação

Imposto zero: a grande vantagem de aplicar em LCI

Aqui está uma das principais vantagens da aplicação em LCI. Assim como a caderneta de poupança, a LCI é isenta de imposto de renda para pessoas físicas – ao contrário de fundos de investimentos, CDBs e Tesouro Direto, aplicações que sofrem este tipo de tributação.

Como já foi mostrado que o rendimento da LCI acaba sempre superando o rendimento da poupança, mantendo seu principal atrativo (a alíquota zero de imposto), fica evidente a superioridade deste tipo de aplicação.

Investimentos em crédito imobiliário também são isentos de IOF e, por isso, muitas vezes uma aplicação em LCI acaba rendendo mais e sendo mais vantajosa do que os títulos públicos e os fundos de investimento, se analisados caso a caso os prazos de vencimento (o prazo total da aplicação).

Há um investimento inicial mínimo?

Diferentemente do Tesouro Direto, no qual você pode começar a investir com valores muito baixos, da ordem de R$ 30, as aplicações em LCI geralmente exigem um investimento inicial um pouco mais elevado, variando de época a época e de banco a banco.

Na Caixa Econômica Federal, por exemplo, o valor mínimo é de R$ 30 mil, mas, hoje em dia, pode-se investir em LCI a partir de R$ 500, que é o valor exigido pelo Banco do Brasil a seus clientes.

Geralmente, se há mais necessidade de dinheiro para o financiamento imobiliário no mercado, os bancos diminuem o investimento mínimo para terem acesso a mais recursos. Se há excesso de recursos no mercado, o investimento inicial mínimo sobe, até para desestimular esse tipo de investimento em prol de outros mais rentáveis para a instituição financeira.

Um investimento mínimo de R$ 30 mil (e mesmo um de R$ 500) já torna a LCI não tão acessível assim a todo mundo. Mas é o que seria esperado de uma aplicação com tantos benefícios, como você pode acompanhar abaixo.

Quais as vantagens da LCI?

Sabe o dinheiro da poupança? Aplique em LCI

Em resumo, então, quais são as vantagens de se aplicar em LCI?

Das que já foram apresentadas até aqui, destacam-se o rendimento bem acima da inflação e a total ausência de tributação de imposto de renda e IOF como as principais vantagens.

Além disso, como você compra este título diretamente do banco, que é o próprio emissor, não há taxas de custódia ou de administração, como existem no Tesouro Direto (emitido pelo governo) e nos fundos de investimento (no qual um especialista compra e vende ações por você). Isso diminui ainda mais a mordida nos juros, garantindo ao investidor um rendimento integral.

Apenas em alguns casos, o CDB pode apresentar rendimento superior à LCI e isso ocorre em aplicações de longo prazo, geralmente acima de 2 anos. Nessas situações, pode ser que a taxa oferecida pelo banco, mesmo com o desconto dos impostos do CDB, supere a oferecida sem taxas pela LCI. Mas são 2 anos sem fazer resgates, o que precisa ser levado em consideração na ponta do lápis.

Outro ponto a ser considerado também é a exigência de alguns bancos em só emitir títulos de LCI com prazos mínimos de resgate, geralmente em torno de 60 dias. Portanto, se você não possui necessidade de liquidez imediata, a aplicação em LCI vai se tornando mais indicada – principalmente se você tem um bom montante parado na poupança e não quer ousar em seus investimentos.

Aliás, como em todo tipo de investimento, uma questão fundamental e que deve pesar bem em sua análise é o risco envolvido. Seu perfil de investidor é ousado ou conservador? E quais são os riscos de se investir em crédito imobiliário? Mais uma vez, a LCI sai na frente.

Simplesmente, não há como perder dinheiro com uma aplicação em LCI. Mesmo se um tsunami atingir a economia ou o banco que a emitiu e garante seu título quebrar e não honrar mais com seus compromissos financeiros, as LCI são garantidas em até R$ 250 mil pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), do Banco Central. Isso significa que o próprio Banco Central se compromete a devolver o que você investiu e os seus juros.

Se o seu investimento passar de R$ 250 mil, uma boa ideia é dividir o montante disponível em diferentes bancos, nunca ultrapassando o valor-limite da garantia do FGC em cada um deles. Assim, você consegue 100% de garantia, independentemente do valor investido.

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